Sei lá!
Às vezes eu só fico imaginando
como poderíamos ser felizes de outras maneiras,
maneiras bem menos corrosivas.
Enquanto eu não fechei a janela, aquele ar frio e tóxico continuou entrando. A respiração ofegante e os pés gelados ( estava sem meias); o sono que me faz ficar trêmulo diante da intensa e angustiante cor vermelha da tinta que escrevo. Escrevo linhas? Escrevo dores? Escrevo sonetos? Talvez, mas nada digno de comparação nem com o erro mais torto que algum autor pudera escrever.
Não adianta reclamar! Chás de melancolia e sopas de sentimentos frustrados (que eu mesmo cozinhei) não vão apagar da minha mente as memórias que renderiam espetáculos; uma sinfonia onde os acordes tristes do violino chorariam em melodias e a dramaticidade do ator seria mais plástica do que as doces palavras que sussurrara no meu ouvido.
Sentimentos perdidos. Perdidos no tempo, perdidos nas feridas que caminham abertas e delas vazam o amargo devaneio, em constante infecção de um horrorismo permanente.
A vida traçada por amores ( borrados), morangos e mirtilos ácidos, banhados numa solidão infinita.
...talvez eu tente me recompor.
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