segunda-feira, 15 de julho de 2013

...talvez eu tente me recompor

Sei lá! 
Às vezes eu só fico imaginando 
como poderíamos ser felizes de outras maneiras, 
maneiras bem menos corrosivas.
  
Enquanto eu não fechei a janela, aquele ar frio e tóxico continuou entrando. A respiração ofegante e os pés gelados ( estava sem meias); o sono que me faz ficar trêmulo diante da intensa e angustiante cor vermelha da tinta que escrevo. Escrevo linhas? Escrevo dores? Escrevo sonetos? Talvez, mas nada digno de comparação nem com o erro mais torto que algum autor pudera escrever.
  Não adianta reclamar! Chás de melancolia e sopas de sentimentos frustrados (que eu mesmo cozinhei) não vão apagar da minha mente as memórias que renderiam espetáculos; uma sinfonia onde os acordes tristes do violino chorariam em melodias e a dramaticidade do ator seria mais plástica do que as doces palavras que sussurrara no meu ouvido.
  Sentimentos perdidos. Perdidos no tempo, perdidos nas feridas que caminham abertas e delas vazam o amargo devaneio, em constante infecção de um horrorismo permanente.
  A vida traçada por amores ( borrados), morangos e mirtilos ácidos, banhados numa solidão infinita.
...talvez eu tente me recompor.

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